Acho que não vivemos para ser solitários. Vivemos para invadir o espaço de cada um, ultrapassando uma linha de modo tão avassalador que já não vale a pena voltar a traça-la com a mesma caneta. Porque tudo na vida são linhas: linhas que nos unem e linhas que nos separam, nada mais do que tal. Cada um segura a sua linha, assim como um manado de balões, dispersos de forma colorida no espaço, e rabisca no chão o que quer dela, projectando para cada ponte, para cada ramo das suas coordenadas, uma carrada de desejos contínuos e expectativas pintadas de fresco. E sim - aqui sim -, apenas quem mete a mão e estraga a pintura é dono da maior obra prima que virá a ser criada.
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